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sábado, 26 de dezembro de 2015

Funicular (De Paranapiacaba ate Cubatão) - 26 de dezembro de 2015


   Sem duvida alguma uma das melhores trilhas que já fizemos, entrando com os dois pés pra serie Grandes conquistas.


   O Edson foi quem ficou sabendo dessa trilha que passa por uma antiga ferrovia abandonada, a partir dai começamos a pesquisar a respeito e três anos depois fomos realizar esse sonho.

   Essa trilha tem inicio no distrito de Paranapicaba e vai até Cubatão - SP. por todo o percurso andamos seguindo uma antiga linha férrea possamos por vários tuneis e pontes, pontes essas já em estado avançado de decomposição devido ao total abandono dessa incrível ferrovia que já foi um marco de desenvolvimento e tecnologia do Brasil

   Vale Salientar que essa trilha é proibida e não recomendamos ninguém a fazê-la.

   Antes de continuar esse relato é preciso e bem interessante conhecer a historia dessa ferrovia e também da cidade da Paranapiacaba.


A importância da Vila de Paranapiacaba e do Sistema Ferroviário dá-se por vários motivos: o conjunto é um exemplar único, no Brasil, de uma cidade que nasceu e sempre viveu em função da atividade ferroviária. 
A organização da vila e as casas, construídas de acordo com padrões britânicos, são um importante documento arquitetônico. 
O Sistema Funicular e o conjunto ferroviário constituem exemplar único no mundo, talvez o melhor exemplo da técnica e tecnologia britânicas do século XIX. Por todas essas razões é que Paranapiacaba é um Patrimônio Histórico de interesse não só local, mas internacional. 
Desse modo, para tornar o conjunto um Patrimônio da Humanidade.

Sistema Funicular

Na São Paulo Railway o grande diferencial foi à utilização das máquinas fixas e dos sistemas funiculares para a superação do trecho de serra, num desnível de 800 metros em aproximadamente 10 quilômetros de extensão. Funicular significa “sistema de transporte em que a tração do veículo é proporcionada por cabos acionados por motor estacionário, e que frequentemente se utiliza para vencer grandes diferenças de nível”.
Máquina fixa, que movia uniformemente um cabo de aço que deslizava sobre polias e movimentava dois trens, presos ao cabo de aço, um que subia e outro que descia até os próximos patamares.
No desenho abaixo vemos o exemplo do Sistema Funicular construído para vencer a diferença de quase 800 metros de altitude entre a estação de Paranapiacaba ate Cubatão.


Para realizar tal façanha foram construídos, ao longo da serra, 5 patamares. Em cada um deles havia uma máquina fixa situada num abrigo subterrâneo, abaixo da linha ferroviária.
Cada máquina fixa era movida pelo vapor produzido por 4 caldeiras alimentadas com carvão mineral. Essas maquinas fixas basicamente enrolavam um cabo de aço em suas polias e puxavam o trem serra a cima ou vice versa. Toda a tecnologia do sistema funicular era britânica.
Inicialmente o sistema foi utilizado para o transporte de café da cidade de Jundiaí ao porto de Santos, e foi muito utilizado como contrapeso a água que é abundante da região e era utilizada para abastecer as caldeiras ao longo da serra.
Quando um trem chegava a Paranapiacaba, no topo da Serra do Mar, era desmembrado em dois ou três vagões.
Os vagões desmembrados eram atrelados aos "Locobreques" (Locobrake). O Locobreque dispunha de tenazes que agarravam o cabo de tração. Em caso de ruptura do cabo, dispunham de freios que agarravam os trilhos.
Foi descontinuado em 1970 onde deu lugar ao sistema Cremalheira Aderência que entrou em operação em 1974.

Vila de Paranapiacaba

Antes de mais nada, é preciso que se compreenda que Paranapiacaba é ferrovia. Paranapiacaba, tudo só existiu e teve sentido enquanto vinculado à construção da primeira estrada de ferro paulista, a São Paulo Railway. 
Paranapiacaba originou-se do acampamento de engenheiros britânicos e trabalhadores braçais para a construção da ferrovia pelos precipícios da Serra do Mar. Por razões de ordem tecnológica, a estrada de ferro necessitava de um grande contingente de operários para o funcionamento do Sistema Funicular, cerca de 5000 funcionários. Como não existia transporte regular entre a região e a cidade de São Paulo, a vila foi implantada para fixar mão-de-obra no local.
O isolamento dos funcionários no Alto da Serra e o "modus vivendi" dos ingleses deram origem à construção de estabelecimentos para lazer, como o clube União Lira Serrana - ULS, o cinema, cujo projetor com fonte de luz a carvão foi provavelmente o primeiro do Estado e quadras de tênis e bocha, tornando intensa a vida cultural, social e esportiva da Vila de Paranapiacaba.
A vila era auto-suficiente no abastecimento de seus moradores através do mercado público e pelo zoneamento para atividades comerciais na Rua Direita. 
Dispunha, ainda, de escola pertencente a São Paulo Railway para alfabetização dos filhos dos funcionários.
Preservada, juntamente com os equipamentos tecnológicos de tração utilizados na Serra do Mar, incorpora os valores históricos de toda uma era ferroviária em território paulista. Paranapiacaba é dividida em duas partes distintas pela via ferroviária, e as pessoas podem atravessar a pé de uma parte para a outra através da passarela. A parte alta, ou Vila Portuguesa, é composta por casas de propriedade privada, com um desenho urbano de encosta lembrando as vilas de povoados em Portugal, abriga a igreja católica e é acessada por via asfaltada, a SP 122. A parte baixa, ou Vila Martim Smith, Vila Velha e Pátio Ferroviário, foram de propriedade da São Paulo Railway, depois da Rede Ferroviária Federal S. A., e hoje pertencem ao município de Santo André.


Fonte: ABPF - Associação Brasileira de Proteção de Ferrovias

Continuamos o relato então:

   Natal de 2015 19:00 hrs saímos de Araucária - PR, Eu (Josimar Cubis), Luis Irineu e Edson Grisafis, rumo a Cubatão - SP. Dirigimos a noite quase a noite toda e as 03:00 da manhã chegamos a Cubatão, achamos um hotel pra deixar o carro e guardar as tralhas, ligamos pra um "Taxi" condução que nos levou até Paranapiacaba e antes das 06:00 da manhã já estávamos na trilha.
  No inicio cruzamos os trilhos do atual sistema cremalheira. subimos um paredão até achar os trilhos ai então foi só seguir os trilhos.




  O primeiro trecho até o 4º Patamar está em melhor condição,sendo assim logo chegamos ao 4º Patamar, falo por mim ser impossível descrever tal lugar. Tantas maquinas, tanto ferro, tanta tecnologia, tudo ali em frente nossos olhos, ali também se encontra a ponte mais alta da travessia total de 60 metros de altura.

 4º Patamar




   

   Os sentimentos se confundem, uma mistura de emoção e alegria pela conquista, mas também uma profunda tristeza, revolta e inconformismo por ver tudo aquilo ali esquecido, completamente abandonado, o que poderia ser palco de turismo e estudo está cada vez mais se acabando pela ação do tempo, esse sentimento carregamos o resto da travessia e ainda está engasgado na garganta, nessas horas orgulho nenhum de ser brasileiro. O que em qualquer outro país seria conservado no nosso triste  Brasil coberto pela corrupção vemos lugares como esse abandonados, é a historia morrendo lentamente.

   A partir do 4º patamar o bicho pega, trilha fechada, pontes aos pedaços e o risco constante de queda nos cerca, a passos lentos fomos vencendo tudo, passamos rápidos pelo 3º Patamar.

3º Patamar

  Já no 2º Patamar ficamos mais tempo, lanchamos exploramos o lugar e seguimos nosso curso,a partir do 2º  Patamar as pontes estão caindo ou já caíram tivemos que desviar/contornar por baixo de algumas.


2º Patamar

  Pouco antes do 1º Patamar encontramos um pé de jaca hora do se deliciar. kkkk.

  
   Paradinha rápida no 1º patamar e a travessia estava quase concluída, mas não sem um bom banho de cachoeira, chegamos ao final um pátio de operações de trem em Cubatão.

  Cada passo, cada olhar ficamos encantados com o lugar e com o historia de tudo aquilo, no total são 14 Tuneis e 16 pontes.

   Já em Cubatão - SP ligamos pra condução e fomos pro hotel, a noite rolou uma pizza e no dia seguinte agora de dia voltamos pra casa.
Por: Josimar Cubis

4 comentários:

  1. Olá Josimar,

    Realizei esta mesma travessia no último fim de semana e faço das tuas as minhas palavras. É um mix de sensações com a adrenalina, a história e o cenário!

    Abraços.

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  2. Boas informações, grande conquista. Parabéns!

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  3. valeuz as dikas, tá linkado com...
    https://b1brasil.blogspot.com/2018/11/o-dia-que-o-jopz-andou-na-linha.html
    abrax

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